Peixe amazônico dizima espécies do Pantanal

[Ferreiro_AL (Victor Cedro)]

Fonte: Estadao.com.br
Referência: [url=http://jampafishing.com/verNoticia.php?idNot=356]Jampa Fishing[/url]

Tucunaré invadiu ecossistema há mais de 20 anos após rompimento de tanque de criação
Data: 11/06/2008

João Naves de Oliveira, CAMPO GRANDE

Carnívoro, de apetite voraz e protetor exemplar de seus alevinos (filhotes), o tucunaré está dizimando os peixes nativos do Pantanal de Mato Grosso do Sul, na região de Corumbá.

A espécie, proveniente da Bacia Amazônica, está tomando conta dos rios pantaneiros, onde chegou na década de 80, depois do rompimento de um tanque com milhares de filhotes que estavam sendo criados em uma fazenda nas proximidades dos rios Itiquira e São Lourenço.

Enquanto os peixes nativos da região fecundam sob a água e deixam os alevinos relegados à própria sorte e à mercê dos predadores, o tucunaré faz ninho em pedras dos fundos dos rios, garantindo assim maior número de sobreviventes. Esse procedimento fez aumentar a população desse tipo de peixe em detrimento da nativa, segundo o secretário de Meio Ambiente de Corumbá, Ricardo Eboli. Pesquisas indicam um crescimento vertical dos cardumes nos rios da região, onde o tucunaré se alimenta de peixes grandes e pequenos, até mesmo de insetos que caem na água.

Os alevinos de tucunaré recebem proteção dos “pais” até atingirem cerca de 5 a 6 centímetros. Grandes cardumes, quando atingem a idade mais segura, percorrem os rios em busca do melhor local para viver, especialmente onde exista densa vegetação.

PESCA CORRETORA

Eboli informou que até o final desta semana será assinado decreto liberando a pesca do tucunaré no Pantanal de Corumbá. “A medida pode ser considerada ecológica, já que estimula a captura de uma espécie nociva ao ecossistema local e por outro lado tem o benefício de reduzir a pressão dos pescadores sobre os peixes nativos.” O decreto passará a ser praticado 30 dias após sua assinatura.

A providência acabou sendo adotada com base em informações de pescadores profissionais e amadores e de pesquisadores da Embrapa Pantanal.

Ainda está em discussão a quantidade de pesca que será autorizada para a região.

A tendência é permitir ao pescador profissional a mesma quantidade (400 quilos por dia) autorizada de pesca da espécie nativa com o peso mais próximo ao do tucunaré. Para os amadores, o limite seria de 20 kg/dia. “O que já temos certeza absoluta é de que o tucunaré é um invasor e como tal pode alterar o ecossistema, provocando danos imprevisíveis. A partir desse ponto, estamos ainda dependentes de um estudo para contornar essa situação”, explicou Eboli.


Não tem mundiça, não pescaria com bomba ou rede. Mais uma introdução de espécie exótica em uma bacia não nativa ameça a icitiofauna de um ecossistema tão importante quanto o pantanal. E aí, vale a pena comemorar a introdução dessa espécie em bacias nordestinas, como o Rio São Francisco?

[CacoMarinho (Ricardo Matheus Corrêa)]

Rapaz, acho essa liberação uma medida interessante... So me assustou o número. 400 quilos por dia é muita coisa... se vc pegar 10 pescadores ali vão ser quatro toneladas de peixe por dia...

Espero que haja um estudo por tras desses numeros

[Rafael Monteiro]

Concordo com vc Ferreiro! Sou contra a introdução de peixes exóticos, sem um estudo detalhado dos impactos que podem ser provocados.

O tucunaré, realmente é um peixe muito bom de pescar, muito esportivo e também é uma praga se não estiver em seu ambiente de origem.

[Ferreiro_AL (Victor Cedro)]

Rapaz, acho essa liberação uma medida interessante... So me assustou o número. 400 quilos por dia é muita coisa... se vc pegar 10 pescadores ali vão ser quatro toneladas de peixe por dia...

Espero que haja um estudo por tras desses numeros

Mas a idéia é essa mesmo Caco, eliminar o tucunaré das suas bacias não-nativas. Se ele não for eliminado, não vai adiantar, pois a taxa de sobrevivência dos alevinos de tucunaré é muito alta, em comparação com os peixes da região. Se acabar o tucunaré no Pantanal, ótimo, pois ele tem aos montes na bacia amazônica.

[Branco Jr (Geraldo Branco Jr)]

É isso mesmo: uma medida ecológica bem pensada.

Sem querer mudar o foco... Esses caramujos africanos que foram introduzidos por criadores de escargot, além de se transformar em praga, estudos relatam que "eles" estão transmitindo hepatite através de sua secreção.

[Marcão (Marco Antônio Guerreiro Ferreira)]

Apenas algumas considerações:
1 - A introdução do tucunaré no pantanal foi proposital, não foi acidental, como consta a histótia oficial, segundo informações e conversas que tive na época em que andava por lá.
2 - Concordo com os amigos que espécies exóticas não devem ser introduzidas em novos ambientes sem estudo sério e acompanhamento de pessoal capacitado.
3 - Até o ano de 2000, o tucunaré estava ambientado no pantanal, na região do Piqueri/Itiquira, se alastrando pelas baías dos rios aludidos, sem problemas "aparentes" às outras espécies. De acordo com conversas com amigos que ainda frequentam o pantanal, não existe esse desequilíbrio tão falado devido ao tucunaré. Ele está servindo como "boi de piranha" à irresponsabilidade e descaso dos setores responsáveis com a preservação do meio ambiente. Desmatamentos, queimadas, agrotóxicos, desmatamentos ciliares, etc, isso ninguém combate, não é? E tem peso muito superior ao "instinto voraz e assassino" do tucunaré... Coloquei o ano de 2000 como referencia por ser o último ano que por lá passei, vi ao vivo o que comentei. A partir daí é por informações de amigos e pessoa sérias, frequentadoras assíduas ainda.
4 - A cota de pesca ao tucunaré deve ser liberada sem limitações, afinal a intenção é acabar com o invasor, mas podem tirar o cavalinho da chuva, jamais conseguirão acabar com ele. A merda já foi feita, resta apenas amenizar um pouco o odor...

[Ferreiro_AL (Victor Cedro)]

Mas aí é que tá Marcão, isso do Piqueri/Itiquiria já foi falado aqui no PNE. Não passa de achismo e pra mim não vale nada, até porque é de interesse passar o Tucunaré como "inofensivo". Com certeza não é o unico fator de ameaça a ictiofauna pantaneira, mas é um dos mais fáceis se combater. O que deveria ser feito? Ficar parado e assistir? Não é porque a merda está feita, que não podemos tentar amenizar, mesmo que seja um pouco. Realmente a situação está complicada, aqui mesmo no NE, se já não bastasse a degradação dos manguezais e a sobrepesca, soma-se ainda os cultivos de camarão, uma praga para os manguezais ainda existentes. Tentamos barrar a construção de um aqui, mas a politicagem falou mais alto.

[Marcão (Marco Antônio Guerreiro Ferreira)]

Meu caro Ferreiro, eu estava falando sério quando disse que a cota deveria ser ilimitada. Quando falei que a merda já estava feita, não foi para deixar as coisas do jeito que estão, apenas ressaltar a impossibilidade de acabar com o tucunaré, não acaba mesmo... Não sei de onde você tirou essa idéia de que dos problemas, é um dos mais fáceis de resolver.
Não tenho a intenção de santificar o tucunaré, sei o que o bicho é, e a fala do Piqueri/Itiquira, embora para voce seja "abobrinha" e não represente nada, falo com vivência de muitos anos no local, não é por achismo nem por leitura. Achismo é achar que ele é um dos maiores culpados pela escassez de peixe no pantanal. Isso sim, é piada...

[Edilson (Edilson Adorno)]

O louco que está colocando a culpa no tucunaré e o mesmo louco que libera a pesca de 400kg de peixes nativos por dia, quem é o predador afinal?

"A tendência é permitir ao pescador profissional a mesma quantidade (400 quilos por dia) autorizada de pesca da espécie nativa com o peso mais próximo ao do tucunaré"

[Ferreiro_AL (Victor Cedro)]

Com certeza, culpar o tucunaré por todas as mazelas do pantanal seria ridículo, mas com certeza isso não ocorre na matéria nem nos posts anteriores. Citei o problema do tucunaré como um dos mais fáceis de se combater em comparação com as principais ameaças que o Pantanal brasileiro vem sofrendo: desmatamento, dragagens e mudanças no sistema de drenagem dos rios, avanço da agricultura e da urbanização, pesca predatória, oleodutos, mudanças climáticas. O que é uma espécie de peixe invasora comparada a tudo isso? Um dos menores problemas, porém que também merece atenção. Vivências ou algo do tipo não são a base de trabalhos científicos, por isso até que elas sejam publicadas, representando um estudo sério, serão apenas achismos, ou abobrinhas, e nada mais. Um trabalho sobre impacto ambiental não se faz em um ou dois dias, mas exige um monitoramento constante e criterioso, além de muita leitura. E creio que seja o caso do estudo citado na folha de SP. Acho que um estudo para mostrar que o Tucunaré não causa impactos na região seria bem vindo e com certeza teria financiamento, mas os fatos mostram o contrário.

O louco que está colocando a culpa no tucunaré e o mesmo louco que libera a pesca de 400kg de peixes nativos por dia, quem é o predador afinal?

"A tendência é permitir ao pescador profissional a mesma quantidade (400 quilos por dia) autorizada de pesca da espécie nativa com o peso mais próximo ao do tucunaré"

Por que louco Edilson? Vc é um cara sensato, mas nessas horas não podemos nos deixar levar pela paixão. A intenção é remover o Tucunaré das suas bacias não-nativas, onde ele provoca impactos na ictiofauna nativa. Esse tipo de medida é adotada em vários lugares do mundo, onde a introdução de espécies exóticas é uma séria ameaça a biodiversidade.

[Bife (Felipe Medeiros)]

caraca!
tucunare é fogo!

[Tarpon (Roberto Menks)]

A natureza é pródiga e regeneradora. Contudo, não está preparada para situações de introdução de espécies exóticas promovidas pelo homem, nem para qualquer outro tipo de manejo que não obedeça suas regras.
Concordo com o Ferreiro: " Citei o problema do tucunaré como um dos mais fáceis de se combater em comparação com as principais ameaças que o Pantanal brasileiro vem sofrendo: desmatamento, dragagens e mudanças"

[Alexandre Cardoso]

Coitadinhos dos peixes. O tucunaré já dizimou com as espécies da bacia Amazônia (que tem a maior quantidade de espécies de peixe no mundo) agora vai acabar com as espécies do pantanal?

Mas para mim na minha humilde opinião, o que me parece mesmo é mais interesse para aumentar a matança dos profissionais e amadores no pantanal do que uma "ação ecológica", isso parace.

Já que é para matar, que o matem. ops:

[Ferreiro_AL (Victor Cedro)]

Aí fica complicado, não é Alexandre, o Tucunaré é nativo da bacia amazônica e os peixes já estão "acostumados" (adaptados) a ele. A natureza quis assim, quem somos nós para mudar isso? É muito fácil descer a lenha nos profissionais e principalmente nos amadores, sem ver a nossa responsabilidade nisso tudo. Permitir a expansão de uma espécie exótica apenas porque ela é esportiva é no mínimo, ilógico. Já pensou se o mexilhão dourado fosse "esportivo"? A preocupação com as espécies exóticas é real, em qualquer parte do globo, não só no Brasil. Tipo, vc acha justo, o Lago vitória ter a maioria das suas espécies de cíclídeos nativas dizimadas por peixes exóticos, dentre eles o Bass? O estudo está até postado aqui no PNE. E exemplos para mostrar o quão danosa pode ser a introdução do tucunaré em bacias não nativas é o que não falta. Trocar biodiversade por lazer é o cúmulo.

[Chrony Joseph]

Seria interessante para não ressuscitar defuntos a leitura do tópico Alevinos de Black Bass