Bucho forrado, montamos a tralha e partimos em direção ao Pontal do Pirambu. Mar perfeito, calmo, sem vento e limpo. Além disso, a maré no ponto certo, já permitindo os pinchos das pedras.
Escolho uma Top Dog adubada pelo Zuanon, cor de tainha, e solto o braço. A isca faz um trajeto perfeito, caindo suavemente um metro antes da onda prestes a estourar. Só dá tempo de ver um leviatã deslizando pelo tubo e mudando levemente de rumo em diração à isca. A seguir estrondo atômico, da onda quebrando misturada com o ataque da fera. A carretilha velha de guerra começa a gritar por socorro, vomitando linha sem parar. Fazer o quê? Torcer para o bicho não estourar a linha nas pedras. A platéia ensandecida grita e dá palpite sem parar: Aperta a fricção! Dá linha! Não bambeia, fisga outra vez! Se fosse eu, tirava o bicho na marra!
Sem dar bola para a torcida, vou fazendo o que posso, auxiliado pelo Miudinho e o Paulo, que fizeram um cordão de isolamento para nos proteger da turba e estão a postos para botar o bogagrip nos beiços do peixe quando chegar, o que acontece meia hora depois. Quando pensei que tudo tinha acabado, aí é que começõu realmente a briga, dessa vez com a platéia que não admitia a soltura do peixe, um belíssimo xaréu. Se não quer, me dê que eu quero, diziam, e por aí a fora. Nesse momento fui salvo pela autoridade do meu amigo Paulo Pescador e pelo porte avantajado do Miudeza, que a custo fizeram prevalecer a ordem.
O pior de tudo isso é que na hora da foto as máquinas fotográficas pifaram, talvez pelo respingo da água do mar nos momentos finais da captura.
Mas não faz mal, nosso reporter de plantão, o Paulo, registou a cena para a posteridade, felizmente. Vejam o bitelo!
Foi nessa hoara que acordei. Era o Miudinho me chamando para a pescaria em Tibau!